*Hereditariedade*

Sim, eu sei que muita coisa é hereditário. No caso da Izildinha, a cor dos cabelos, os olhos, o fato de ser quase praticamente monga, a mulher macaca, de tanto pelo. Outras eu não sei se vem do sangue, mas tenho sérios motivos para pensar que sim, como a teimosia, a personalidade “forte” e o geninho ducão…

Agora, o que eu não esperava era a paixão por Harry Potter.

Estava lá eu, lendo o livro, pela vigésima vez, aproximadamente, quando ela perguntou se podia assistir ao “meu filme”. Claro, fui correndo colocar a Pedra Filosofal.

Ela simplesmente adorou, e fez vários comentários como “a Hermione é linda, uma princesa” (o maior elogio que ela pode fazer), “adoro a Edwiges”, “o Harry é corajoso”, sem contar que ela ficou cantando a musiquinha (que por sinal é o toque do meu celular)…

No sábado seguinte cobrou: vamos ver o outro? E lá fomos nós, assistir à Câmara Secreta. E Izildinha amou, principalmente porque Harry “matou a cobra gigante”. Aliás, ela gostou do Aragogue. Achou a aranha “bonitinha” e “boazinha”… hum…

No sábado seguinte, nem preciso comentar… Prisioneiro de Azkaban, e a primeira de uma série de pérolas potterianas: “Nossa, que susto, eu pensei que era o inimigo do Harry, que não pode falar o nome, mas é o “limitador!”.

No outro sábado fiquei receosa de colocar o Cálice de Fogo, afinal tem a primeira morte, e a volta do “inimigo do Harry”, mas a menina insistiu, então coloquei. Não tenho muita certeza se ela entendeu toda a história, mas ela adorou os dragões e os sereianos e principalmente o cabelo da Hermione (ela nem tá mais descabelada, tá linda!), como boa perua que é.

No meio da semana passou O Prisioneiro na TNT e, obviamente, ela quis assistir. Quando o pai desligou para que ela fosse dormir (já era quase 11 horas da noite), a menina se debulhou em lágrimas, porque ela queria terminar de ver o filme. Só parou quando eu prometi que ela podia ver no outro dia. E me cobrou.

Ontem foi a vez da Ordem da Fênix. Já começou falando que os “limentadores” (a pronúncia se aprimorou) assustaram o Harry… Muito medo da hora da batalha do Ministério, mas por incrível que pareça, ela entendeu, e me explicou que quando o Harry estava falando esquisito é porque o inimigo dele estava dentro dele, mas não ficou porque ele é ruim e o Harry é bom.

Agora ela está me perguntando quando eu vou comprar o próximo. Paciência, Izildinha, que é só em novembro. Até lá, pode ir assistindo os que já temos…

O único problema é que ela me perguntou se ela pegar a varinha dela e falar os feitiços, se ela faz magia. Eu respondi que não, porque o Harry está na escola de magia e ela não.

Depois de pensar uns minutinhos, ela me perguntou: “Mamãe, quando eu fizer 6 anos e for pro primeiro ano, eu posso ir pra escola de magia?”. E saiu cantando a musiquinha: timtim, timtimtim…

E eu não sei como contar que ela nasceu trouxa…