*Não vamos fazer nada?*
Eu não consigo fingir que vivo no “País das Maravilhas”, e continuar escrevendo sobre a reunião da escola da Isa, as musiquinhas que ela canta, as coisas que ela apronta, os scraps que faço dela.
Não nesse momento. Acabei de ler a Veja dessa semana. Chorei. Me senti mal. Tive ânsia de vômito.
A pergunta da capa da revista é a pergunta que todo mundo está fazendo, a si mesmo e às autoridades. É inconcebível uma barbárie como essa. O que aconteceu com aquela criança inocente poderia ter acontecido com a minha filha. Com o seu filho. Com alguém que você ama. E a qualquer momento podemos ser vítimas dessa violência descontrolada que assola o país.
A vida hoje tem tanto valor quanto uma laranja podre. E o ser humano que comete atrocidades é cada vez menos humano, mais monstruoso, e cada vez mais se parece com os personagens dos filmes trash americanos.
Os “especialistas” ficam agora debatendo meios de acabar com a situação absurda que vivemos. Não adianta debater. Não adianta teoria. Tem que agir.
Sinceramente, é inacreditável que esses monstros fiquem presos apenas 30 anos. Ou nem isso, porque tem tanto benefício na lei penal, que depois de uns 5 anos não duvido que já estejam na rua. E o moleque menor então? Três anos! Três anos de pena pra sair livre, leve e solto e acabar com a vida de outras pessoas… Minha opinião? Como dizia Maluf, na época da célebre Rota: “bandido bom é bandido morto”. Nisso eu tenho que concordar com ele (e aqui abro um parênteses, pra fazer uma pergunta, caso você seja contra a pena de morte: e se fosse o SEU filho?).
Ah, mas tem os direitos humanos. Gostaria de saber se algum representante visitou a família destroçada do pequeno João, cuja vida foi tirada com requintes de crueldade, de forma tão atroz, que até os policiais choraram ao ver o seu corpo.
Tenho certeza que não. Agora, se a mãe do menino desse 32 facadas (que é o que eu provavelmente faria, no lugar dela), ou se um policial mais afoito, no calor dos acontecimentos, estrangulasse bem devagar, o F.D.P que dirigia o carro roubado, ziguezagueando pelas ruas da cidade, para tentar se livrar do corpo do garoto preso ao veículo, com certeza já haveria uma big manifestação, afinal onde estão os direitos humanos dos pobres bandidos?
Como foi dito na reportagem: “Alguns jornalistas ficaram um tanto revoltados com a polícia, que obrigou os bandidos a mostrar o rosto. Terrível ameaça à privacidade. Era só o que faltava: trucidar o menino João e ainda ser obrigado a expor a cara… Que país é este? Já não se pode mais nem arrastar uma criança pelas ruas em um automóvel e permanecer no anonimato?”
Pois é. Gente de bem não precisa de direitos humanos. Aliás, gente de bem não tem direito nenhum. E o problema está justamente aí: bandido é que tem direito demais pro meu gosto.
Às vezes acho que o Brasil não tem mais jeito não. Só implodindo e começando tudo do zero.=(