*Abandonada*

Sempre que eu venho aqui escrever sobre alguma série, livro, filme que não seja Harry Potter é porque realmente me impressionou de alguma forma, e normalmente, positiva.

Só que dessa vez, não me contendo, venho falar da grande decepção sobre a série de livros House of Night (Morada da Noite).

Todo mundo aqui sabe que sou livrólatra, não fico um dia sequer sem ler (além do livro de cabeceira, eu ando com 1000 Lugares Para Conhecer Antes de Morrer pra cima e pra baixo), e rara, muito raramente, eu abandono alguma leitura (até então eram 6 os livros que não consegui terminar na vida: O Senhor dos Anéis – me apedrejem, mas ainda não consegui; Labirinto; Atlantis; Operação Cavalo de Tróia; Neve e Eragon – este último, assim como o primeiro, pretendo terminar).

E House of Night (mais precisamente, Queimada) conseguiu entrar para essa seleta lista.

Bom, com a empolgação habitual da descoberta de mais uma série de livros, comecei a ler Marcada, o primeiro da saga.

Basicamente, os vampiros são marcados pela Deusa Nyx, e se mudam para a Morada da Noite, onde vão aprender a ser vampiros e conseguir terminar a transformação ou morrer. Ok. Mitologia Grega e uma Hogwarts para vampiros. Consigo assimilar.

Aí entra mais um elemento, os rituais wicca que são realizados na escola. Tudo bem. Paganismo, posso incorporar à lista.

E já que se fala de rituais pagãos, que tal lendas Cherokees e xamãs? Meio pizza de mexerica com cobertura de queijo parmesão e aliche, mas, beleza, dá pra lidar…

Aliás, tenho que confessar que gostei dos primeiros 3 ou 4 volumes. Gostei mesmo. Li um deles em pouco mais de um dia. Só que com o passar dos livros, a viagem na maionese aumentava, a falta de conexão e lógica também.

Aí os personagens acham Neferet e Kalona pelo TWITTER. E uma das personagens (no caso, Aphrodite), é comparada à Rachel Berry, de GLEE!

Oi? Para tudo. Twitter? Glee? É isso mesmo que eu li??? É.

Bom, parei na hora de ler. Simplesmente acabou o tesão do livro.

A impressão que eu tive foi de necessidade de mostrar um ambiente supermoderno, como se as autoras quisessem mostrar uma história supercool e prafrentex, e com isso, tivessem a necessidade de incorporar atualidade demais na história. O resultado? Esculhambação.

Na minha humilde opinião de leitora compulsiva, sagas tem que ser atemporais, seja qual for o assunto (salvo, claro, temas épicos, como As Brumas de Avalon, por exemplo, o que não é o caso).

É só lembrar das Crônicas Vampirescas, da Anne Rice ou, Diários do Vampiro da LJ Smith (já que o assunto é vampiros).

Até mesmo Crepúsculo, vai, tem elementos atuais, como um carro aqui, um celular ali, mas não tem Jacob e Edward se alfinetando pelo Facebook, nem Bella assistindo Gossip Girl pra passar o tempo.

E o que falar de Harry Potter (claro), Fronteiras do Universo, Crônicas de Nárnia e Mundo de Tinta? São coleções em que pouco se identifica a época em que se passam, e podem ser vividas quando o leitor desejar (mesmo no caso de Harry Potter, em que JK falou com todos os números quando a história se passa).

São histórias que podem ser lidas daqui há décadas e encantar da mesma forma que hoje ou de anos atrás. E é isso que faz uma saga entrar para a história.

Eu adoro Glee, mas, gente, completamente fora do contexto colocá-la num enredo de livro. Daqui há 10 anos, os futuros leitores saberão o que é Glee? E se souberem, será que vai ser considerada hype como é hoje?

Pensando bem, eu acho que daqui há 10 anos, as pessoas nem saberão o que é House of Night. Então, parabéns pras autoras, super no contexto.


*PS – Se você discorda completamente do que eu escrevi e quer ler assim mesmo, lá na minha estante do Skoob, estou trocando toda a coleção
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