*Aprendendo a Aprender*

Com a chegada dos 6 anos da Isadora, chegou também a hora de mudar da educação infantil para o ensino fundamental.

Hora, portanto, de procurar outra escola. E olha, é meio complicado. Além de ter que conciliar o aspecto pedagógico, financeiro e logístico, ainda tem que ficar atenta a outros elementos que venham a influenciar na decisão.

Vou comentar as minha impressões sobre 3 (no fim, acabaram sendo 4) colégios tradicionais, mas não vou citar nomes, porque acho que escolher escola pra filho é algo muito pessoal e até lúdico. Pode ser que daqui há 6 meses eu esteja contentíssima com a escolha que fiz. Ou não.

Então, para não rotular de “ruim” ou “bom” (porque a minha avaliação é muito pessoal, e outras pessoas podem discordar completamente), sem nomes!

Começando pelo que eu escolhi. Como os outros dois candidatos, é um colégio tradicional católico. Eu não gosto de construtivismo (me apedrejem), e acho que sim, tem que haver disciplina um pouco mais rígida (me crucifiquem).

O método é unificado em toda a rede de escolas, e segue a linha tradional mesmo, mas tem conteúdo diferenciado, inclusive com filosofia à partir do 1o ano.

O colégio é enorme, com uma área externa excelente, com quadras, ginásios e piscinas, e muitas atividades extra-curriculares, principalmente na área esportiva e artística.

Dos três, foi o único da qual não ouvi nada ruim, pelo contrário. Tanto quem estudou lá, como quem tem filhos lá, elogia muito.

Então, um belo dia, meses atrás, saí de uma audiência e fui conversar com a coordenadora e conhecer um pouco mais da escola.

Chegando lá, ela não podia atender, mas a secretária anotou meu telefone para que a coordenadora retornasse. No final da tarde, já tinha combinado a visita para segunda feira (era uma sexta).

Fui muito bem atendida, a coordenadora me explicou tudo e respondeu todas as 926 dúvidas que eu tinha, fizemos um tour pela escola, e saí de lá convencida.

Mas, por desencargo de consciência, resolvi conhecer outra, também da mesma rede, cujo método e material didático é o mesmo, e a propaganda na escola da Isa foi forte, apesar de ter ouvido algumas coisas negativas a respeito de atendimento aos alunos e pais, e outros problemas mais graves.

Fiz como da outra vez. Apareci de surpresa, a coordenadora não podia me atender, anotaram meu telefone e ela ficou de me ligar. Te ligou? Porque eu to esperando até hoje.

Bom, se eu não sou nem mãe lá e já sou tratada assim, imagina depois… Cut the head off!

A última, também católica, tem a fama de ter, não sei por quantos anos consecutivos, a melhor nota no ENEM (o que eu tenho lá as minhas dúvidas), e sempre foi minha primeira opção.

Na verdade, eu queria ter colocado a Isa desde pequenininha lá, mas o Marido não deixou, e hoje eu acho ótimo que isso tenha acontecido.

Tem gente que adora, mas já tive péssimas referências. Panelas, protetivismo, além da criança ser vista como um número que aumenta a fama da escola, é o mínimo a se dizer.

É estudar, estudar, estudar. Zero de atividade extracurricular. Zero de espaço físico.

Se o aluno tem problemas pessoais (ainda que sérios) e tem queda no rendimento, os pais são chamados para serem ameaçados (e não para serem discutidas as razões e oferecidas opções para melhora do baixo desempenho do aluno). E a criança como ser humano, como fica? Não, obrigada.

Por último, vou tecer meu comentário a um quarto colégio, considerado o melhor de Campinas e região.

A mensalidade é caríssima. Caríssima, caríssima mesmo, começa daí. Mas, isso até que se dá um jeito. O que me incomodam são duas coisas. Primeiro, que é cultivada a filosofia de  que se a criança não for a primeira no vestibular de medicina da Fuvest é uma imprestável, something like that.

Bom, até onde eu sei, nem sempre, na vida real somos primeiros em tudo. Então, porque eu vou incutir na cabeça da minha filha que ela tem que ser a melhor em tudo, 100% das vezes, e ser melhor que todos 100% das vezes?

Também acho a grade curricular de um exagero sem precedentes. Assim… por que uma criança de 6 anos tem que aprender, além do português, óbvio, inglês, espanhol e alemão? Ok, tem gente que deva achar isso “essencial” pra alguma coisa daqui a 20 anos, não sei… mas pra mim não faz sentido.

O último problema que eu vejo é que, pela mensalidade ser tão elevada, ela iria conviver com crianças de uma realidade completamente diferente da dela.

Enquanto ela mora numa casa simples num bairro de classe média, os amigos moram em mansões no Alphaville. Enquanto os amigos passam as férias na Europa e Disney, ela tem que se contentar em ir pra Arraial do Cabo (se ela der sorte).

Já ouvi dizer que crianças de 6 ou 7 anos discutem a metragem das casas (?!), as marcas dos carros dos pais, esse tipo de coisa…. Não acho que isso seja saudável, então nunca nem cogitei a possibilidade.

Por último, aqui em Campinas tem outros ótimos colégios, como Pio XII (que eu estudei praticamente a vida toda), o Ave Maria e o Notre Dame, por exemplo, mas por questões logísticas, é inviável pra nós. Imagina ter que aguentar 45 minutos de trânsito, no horário de pico, para buscar a Isa na escola. Não dá.

Bom, então é isso. Ficam as minhas impressões da via sacra dessa escolha tão complicada (pelo menos pra mim).

Mas, no início do mês passado a matrícula da Isa já foi feita no 1o ano, dia 13/12 tem reunião de pais & filhos para que ambos conheçam mais da escola, e ano que vem… vida nova pra Isadora!

comments

2 Comentários

  1. Cristiane
    nov 13, 2010 @ 19:25:54

    Não sou eu que vou jogar a primeira pedra, pelo contrário concordo plenamente com metodo tradicional. Disciplina é fundamental. Aqui no bairro onde moro tb tem uma escola que é excelente no enem, mas assim como vc tenho medo de ser muito fora da realidade da minha filga, pois a fama q tem é exatamente essa, alunos com poder aquisitivo bem acima do meu, carrões e viagens. Muito legal o seu relato, torço p/ que vcs se adaptem logo a nova escola. Bjs

  2. Bianca
    nov 15, 2010 @ 23:44:22

    E vida nova pra vcs tb!!
    Val, fiz magistério no 2º grau onde aprendi o “novo” (hoje nem tão novo assim) método construtivista e concordo plenamente com vc. Não abro mão do tradicionalismo de jeito algum!
    E estarei aqui torcendo pra ela se adaptar e gostar da escola !
    Bjsssss